Wednesday, June 27, 2007
Sunday, June 24, 2007
Monday, June 18, 2007
OS OLHOS RASOS DE ÁGUA - Eugénio de Andrade
Cansado de ser homem durante o dia inteiro
chego a casa com os olhos rasos de água.
Posso deitar-me ao pé do teu retrato,
entrar em ti como num bosque.
É hora de fazer milagres:
posso ressuscitar os mortos e trazê-los
a este quarto branco e despovoado,
onde entro sempre pela primeira vez,
para falarmos das grandes searas de trigo
afogadas na luz do amanhecer.
Posso prometer uma viagem ao paraíso
a que se estender ao pé de mim,
ou deixar uma lágrima nos meus olhos
ser toda a nostalgia das areias.
É hora de adormecer na tua boca,
como uma marinheiro num barco naufragado,
o vento na margem das espigas.
Eugénio de Andrade
(extraido de os poemas da minha vida - Urbano Tavares Rodrigues - Edições Público)
chego a casa com os olhos rasos de água.
Posso deitar-me ao pé do teu retrato,
entrar em ti como num bosque.
É hora de fazer milagres:
posso ressuscitar os mortos e trazê-los
a este quarto branco e despovoado,
onde entro sempre pela primeira vez,
para falarmos das grandes searas de trigo
afogadas na luz do amanhecer.
Posso prometer uma viagem ao paraíso
a que se estender ao pé de mim,
ou deixar uma lágrima nos meus olhos
ser toda a nostalgia das areias.
É hora de adormecer na tua boca,
como uma marinheiro num barco naufragado,
o vento na margem das espigas.
Eugénio de Andrade
(extraido de os poemas da minha vida - Urbano Tavares Rodrigues - Edições Público)
Friday, June 01, 2007
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