Guarda-me para sempre
Adormecida no teu peito
Ou deixa-me voar uma vez mais sobre
Esta terra de ninguém onde morro
Por qualquer coisa que me fale de ti
Há noites assim em que o silêncio
Se transforma ao de leve numa lâmina
Que minuciosamente rasga o linho
Onde ficou esquecido o corpo que habitámos
Em provisórias madrugadas felizes
Depois é só abrir os braços e acreditar
Que ainda faltam muitas horas para a partida
E que à toa pelos corredores ainda escorre
Uma razão primeiro a trazer-me de volta
E eu adormecida para sempre
No teu peito
E de novo entre nós aquele choro de quem
Não teve tempo de preparar a despedida
Com as palavras certas
Porque as palavras certas estavam todas
Em histórias erradas
Que outros escreveram em lugares nublados
Que nem vale a pena tentar recompor
Muito longe uma voz desgarrada
Estabelece o fim do verão
E eu adormecida para sempre
No teu peito...
Monday, May 28, 2007
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2 comments:
Muito bem!
Simplesmente uma palavra:
Espectacular!
Belo poema.
Abraço
Poliedro
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